Cancioneiro:
Barco Negro (Caco Velho/Piratini/David Mourão-Ferreira) De manhã, temendo, que te achasse feia Viste depois, numa rocha, uma cruz, São loucas! São loucas! Vê bem, meu amor, No vento que lança areia nos vidros
Ficaste, tremendo, deitada n’areia
Mas logo os meus olhos disseram que não,
E o sol penetrou no teu coração
O meu barco negro dançava na luz
E o meu braço acenando, entre as velas já soltas
Dizem as velhas da praia, que não volta
Não volta
Que não volto
Que nem cheguei a partir,
Pois tudo, em teu redor,
Te diz que estou sempre contigo.
Na água que canta, no fogo mortiço
No calor do leito, nos bancos vazios
Dentro do teu peito, estou sempre contigo.
Bolero (Venusmonti) Ai! Que se acaba a vida Ai! Que se me vão nas cinzas Ai! Saudades de outros tempos Sem nunca terem bebido Encantos, dos teus olhos serenos Saudades, que o tempo não apaga
Ai! Que morro abandonado
Das fitas de estudante
Os prantos do meu fado
x2
Ai! Dos teus olhares furtivos
Ai! Como os meus lábios secam
Dos teus amores cativo
x2
De amores que falam menos
Que hoje adormecem sós
E os rasgos de uma capa
Que acalenta a minha dor
C.P.A.C.N.T.R.O. (Característica pictórica da abóbada celeste na tua retina ocular) (Carcaças/Drolhas) A cor do céu E então doces palavras A noite busca a luz Morria pela estrela
No teu olhar
O mar azul onde eu só posso naufragar
As tuas mãos vão me guiar
(Só me podem guiar)
Para o meu corpo, no teu corpo
Se encontrar
Embalam meus tormentos
O tempo pára é nada
Aqui junto a ti
A minha luz és tu
Que me guia no vogar
Hino (Bala/Carcaças/Drolhas) A academia é vivida a cantar Sei que enquanto viver A capa negra ao luar Esta paixão que nos faz trovar A academia é vivida a cantar
E o nosso curso sem nunca acabar
Mas pela Tuna vivemos assim
A Venusmonti canta até ao fim
Nunca esta sede há-de morrer
Sede de tempo para ser
E a cada instante poder ter
Rasgada de tanto amar
A ilusão no olhar
De para sempre cantar
A cada instante do meu palpitar
Esquecendo o tempo que nos faz sofrer
De capa traçada canto até morrer
E o nosso curso sem nunca acabar
Mas pela Tuna vivemos assim
A Venusmonti canta até ao fim.
Inês Foi no dia em que te vi Inês, Inês,
(Cigano)
Que fiquei preso a ti,
Ai rapariga,
O que me foste fazer?
Só me fazes sofrer,
Sofrer sem fim,
Pois agora
Só penso
Em ti.
Tu és tão linda
E eu também.
Sei que um dia
Tu vais ser minha.
Luz de Lisboa (Urso, Chofer) Lisboa, minha luz Refrão Estudantes de capa ao vento O mar que viu partir Refrão Estudantes de capa ao vento
Corações por encontrar
Uma Canção que Seduz
De uma Tuna a Cantar
O Esplendor da Cidade
Amores sem Idade
Saudade por um dia
Aqui voltar
Cantando com Sentimento
Lágrimas que o amor faz vibrar
Histórias desta cidade
Suspiros de mocidade
Colinas que o Tejo vem beijar
Paixão que se perdeu
As ondas de uma amor
Que o tempo não esqueceu
À noite uma balada
Guitarras a chorar
À janela a minha amada
Seus olhos a suspirar
Cantando com Sentimento
Lágrimas que amor o faz vibrar
Histórias desta cidade
Suspiros de mocidade
Colinas que o Tejo vem beijar.
Linda Morena (Venusmonti) Linda Teus olhos são como chamas Vi-te numa tarde azul Triste escrevi esta terna canção
Linda morena
Do meu coração
Vem ver-me a janela
Vem ouvir-me cantar
Ao belo luar
Por ti esperarei
Chamas ardentes
Cheias de paixão
Quero ficar só contigo
Contigo sozinho
Ó minha ilusão
E sob as estrelas
Sonhei contigo
Para sempre me perdi
Sozinho no mundo
Sem ti não consigo
Pr’a não te esquecer
Se não vires a janela
Então não me amas
Não posso viver.
Não Mais (Depolvo/Drolhas/Luís Vaz de Camões) Por erros meus, (solista) Sem ti Por erros meus, Sem ti
Má fortuna e amor ardente
Me vim a achar
Nesta triste solidão presente
O fado de qualquer um
É o que qualquer um queira do fado fazer
Mas afinal nada é certo e seguro
A não ser a tristeza do ser
Tudo é nada, nada
Volta p’ra mim
Que eu sem ti, morro,
Morro de amor
Mais ai se tu voltares
Não mais terás o frio
De quem tem medo
De se cobrir aqui junto de mim
Terás sempre um lugar para ti
Má fortuna e amor ardente
Me vim a achar
Nesta triste solidão presente
Tudo é nada, nada
Volta p’ra mim
Que eu sem ti, morro,
Morro de amor
Mais ai se tu voltares
Não mais terás o frio
De quem tem medo
De se cobrir aqui junto de mim
Terás sempre um lugar para ti
E sei que vais voltar.
Ondas de Paixão (Drolhas) Quando os anjos criaram você Logo o céu começou a chorar Não mais o sol voltaria a brilhar Não mais brilhou E então os anjos na tristeza do céu Pintaram estrelas que a retratam a si Eu fascinado fiquei sob a luz do luar Refrão Você é onda de paixão Não argumente que não sente imensa Refrão (x2)
Pois já sabia que na falta de si
A olhar para si
Linda de morrer
Quero ficar sempre junto a si
E intensa paixão por mim
Sei que presente que o seu destino
É estar sempre aqui junto de mim
Perdigão (Frei/Luís Vaz de Camões) Perdigão perdeu a pena Perdigão que o pensamento Não tem no ar nem no vento Quis voar a uma alta torre Se a queixumes se socorre Perdigão perdeu a pena
Não há mal que lhe não venha
Perdigão perdeu a pena
Não há mal que lhe não venha
Subiu a um alto lugar
Perde a pena do voar
Ganha a pena do tormento
Perde a pena do voar
Ganha a pena do tormento
Asas com que se sustenha
Não há mal que lhe não venha
Mas achou-se desasado
E vendo-se desasado
De puro penado morre
Lança no fogo mais lenha
Não há mal que lhe não venha
Não há mal que lhe não venha.
Pregão de Lisboa (Benjamim/Venusmonti) Acorda Lisboa canta Cai a noite sobre o rio Ao longe ecoam fadistas Minhas paixões que adormecem Mas teu murmúrio constante
E desce o Tejo com o teu pregão
Rola e enrola teus versos
De canções antigas
Que assaltam o ar
Cresce nas tuas colinas
No tom dos ardinas
À luz do alvorar
E os teus olhos toldam
Em névoas de cinza
A lua toca-te o rosto
E teus lábios gelam
Ao fresco da brisa
Cantam trejeitos
De outros amores
Doce vem a madrugada
Dar luz aos sonhos
E aos teus fulgores
Em três janelas
Ao desafio
Aguardam versos em esperança
Que rezam promessas
De amores tardios
Arrasta minha voz
P’ra te cantar
Hoje que aguardem as musas
Que e teu, Lisboa
O meu cantar.
Se Tu Soubesses (Microondas/Depolvo/Drolhas) Desde a hora em que te vi No meu peito trago a medo Na esperança da promessa sem que te peça E em mim nada restará E em mim nada restará E desde o dia em que te vi Desde a hora em que te vi No meu peito trago a medo Na esperança da promessa sem que te peça Mas eu só peço uma atenção dos olhos teus Refrão Refrão
Nasceu em mim
Vontade de sonhar
Este segredo que hoje te vou contar
Ter um só breve olhar…
Pois a alma fugirá
Para a teu lado viver
Pois a alma fugirá
Para a teu lado viver
Nasceu em nós outro querer
E hoje a chama que arde em mim
Só busca a hora de te ver (x2)
Nasceu em mim
Vontade de sonhar
Este segredo que hoje te vou contar
Ter um só breve olhar…
Se tu soubesses a razão do meu viver
São os teus olhos, a luz do dia o amanhecer
Na minha vida , tudo é nada anoiteceu…
Mas eu só peço uma atenção dos olhos teus
Se tu soubesses a razão do meu viver
São os teus olhos, a luz do dia o amanhecer
Na minha vida, tudo é nada anoiteceu…
Mas eu só peço uma atenção dos olhos teus. (x2)
Serenata ao Domicílio (VenusMonti) Entrava maio e Ernestino andava triste Mas a boémia que lhe falava ao ouvido Refrão E assim nasceu a serenata ao domicílio Mas Ernestino numa noite de deslize E eternamente condenado à faculdade Refrão E abriu falência a serenata ao domicílio Ai vendilhão, aí vendilhão.
P’la academia um silêncio sepulcral
Horas de estudo e desespero de estudante
P’ra prevenir a grande cólica oral
Encheu-lhe o copo com uma ideia de pasmar
Vender serviços às donzelas suspirastes
Fazer fortuna e assim poder cantar.
Ilustre empresa de anafados rendimentos
Dão-se recibos de amores encomendados
Faturas falsas aos maridos ciumentos
Dão-se recibos de amores encomendados
Faturas falsas aos maridos ciumentos
Escolheu a dama que lhe seria fatal
Com um forte buço e um marido ciumento
Que era o seu professor de Direito Fiscal
A ser ilustre veterano e respeitado
Já doutorado em fuga ao fisco e outras lides
Mas sem chegar em vida a ser licenciado.
Por passar cheques de amor sem provisão
Hoje Ernestino condenado p’la vaidade
Sofre as revezes de uma funesta paixão
Pela donzela mais singela e mais bonita
Que amores recusa o Ernestino vendilhão.
Tango del Tuno Argentino (Tiago M. Fernandes/Venusmonti) Yo soy un tuno Argentino Te quiero como la vida
Las pampas som my grand perdición
Pêro sin ellas yo vivo
Y sin ti no se porque razón
Sigo muy enamorado
Mi corazón morrerá sim ti
Como si fuera fuera mi fado
Bailo el tango asi
Porque eres mui preciosa
Pero sin vida yo vivo
Y sin ti no se porque razón
Sigo mui enamorado
My corazón morrera sin ti
Como si fuera mi fado
Bailo el tango asi.